Bezerra da Silva ‘Alô malandragem, maloca o flagrante’

“Alô, alô, todas as favelas do meu Brasil”. De Pernambuco e do coco para o Rio de Janeiro e o samba, Bezerra da Silva se tornou o porta-voz de todas as favelas do Brasil. E ainda mais: é voz presente em qualquer churrasco de laje que se preze – se não rolar uma do Bezerra num evento como esse, é fria.

Esse disco consegue reunir todos os temas tratados por Bezerra e a capa já entrega a faixa 3, “Quem Usa Antena É Televisão”, em que Bezerra narra a história do Chico e sua cabeça enfeitada. Antes disso, o disco abre com a talvez mais pop das músicas de Bezerra: “Malandragem Dá Um Tempo”, já cantadas por Planet Hemp e Barão Vermelho.

Violência, crimes, causos, e personagens da periferia (com o alcaguete, sempre presente nos discos de Bezerra) vão aparecendo com o passar das faixas e o álbum acaba com “Compositores de Verdade”, uma homenagem à legião de pessoas que deram suas letras para que Bezerra se tornasse a grande voz da periferia.

Nesse universo, até o vovô que baixa no terreiro dá o recado para que o filho ande na linha, se não o couro vai comer: “Você engana todo mundo, menos o povo de Aruanda” (“Vovô Cantou Pra Subir”).

Até a inflação aparece em “A Rasteira do Presidente”, com frases geniais como “meu salário é mínimo mas é o máximo que eu posso conseguir”. Alô Malandragem, Maloca o Flagrante! é um clássico do partido alto e das vielas. Pintou sujeira? Maloca o flagrante que tá tudo certo, malandragem.
Marcos Lauro

  1. MALANDRAGEM DÁ UM TEMPO
    Popular P / Adelzonilton / Moacir Bombeiro
  2. DEFUNTO GRAMPEADO
    Evandro do Galo / Pedro Butina
  3. QUEM USA ANTENA É TELEVISÃO
    Pinga / Celsinho da Barra Funda
  4. MALOCA O FLAGRANTE
    Tonho / Cláudio Inspiração / Laureano
  5. VOVÔ CANTOU PRA SUBIR
    Roxinho / Alicate de Niterói
  6. A RASTEIRA DO PRESIDENTE
    Bicalho / Silvio Modesto
  7. MEU BOM JUIZ
    Beto s/ Braço / Serginho Meriti
  8. LÍNGUA DE TAMANDUÁ
    Valmir / Tião Miranda
  9. NA BOCA DO MATO
    Luiz Grande
  10. SUA CABEÇA NÃO PASSA NA PORTA
    Barbeirinho do Jacarezinho
  11. OS DIREITOS DO OTÁRIO
    1000tinho / Jorge Garcia
  12. COMPOSITORES DE VERDADE
    Romildo / Édson Show / Naval

RCA Victor 109.0145, LP

Direção Artística: Miguel Plopschi
Produção Executiva: Aramis Barros
Assessor de Produção: Genaro
Arranjos e Regências: Zé Menezes
Técnicos de Gravação: Luiz Carlos T. Reis – Mário Jorge Bruno
Mixagem. Luiz Carlos T. Reis
Auxiliares: Mauro Moraes – José Sartori
Supervisão do Estúdio: Edeltrudes Marques (Dudu)
Manutenção do Estúdio: Ricardo Luppi – Walker Caputo – ABD Chaffat Hammury
Montagem: Esveraldo Ferreira
Supervisão de Audio: Gunther J. Kibelktis
Corte: José Oswaldo Martins
Arregimentação: Gilberto D’Avila
Supervisão Gráfica: Tadeu Valério
Capa: Sérgio Pagano e Valério do Carmo
Fotos: Sérgio Pagano
Arte Final: Vittore Talone
Produção Fotográfica: Angela Izabel

VÍDEOS

Sponsor

Saiba mais

Mocotó do Tião

Eu convidei, você tem que ir Se divertir No mocotó do tião Na estação de acari Lá só se usa gravata Só tem diplomatas no itamarati Tu tem que ir! No...

Sambista Almir Guineto morre aos 70 anos no Rio

O sambista Almir Guineto morreu, aos 70 anos, na manhã desta sexta-feira (5) no Rio após complicações de problemas renais crônicos e diabetes. Um...

Carmen Miranda

Carmen Miranda GOIH OMC (nascida Maria do Carmo Miranda da Cunha; Marco de Canaveses, 9 de fevereiro de 1909 — Beverly Hills, 5 de...

Natal da Portela

Natalino José do Nascimento, mais conhecido como Natal da Portela (Queluz, 31 de julho de 1905 — Rio de Janeiro, 5 de abril de...

Henrique Cazes

Henrique Cazes. Nascido em uma família de músicos amadores do subúrbio carioca do Méier, começou a tocar violão com seis anos de idade e gradativamente foi incorporando o cavaquinho, o bandolim, o violão tenor, o banjo, a viola caipira e finalmente a guitarra elétrica, sempre como autodidata.