Délcio Carvalho

Bambas

Filho de músico – seu pai era saxofonista da banda “Lira de Apolo” -, foi cortador de cana na infância. Começou a cantar em conjuntos de baile da sua cidade e na orquestra de Cícero Ferreira. Em 1956, após o serviço militar, transferiu-se para o Rio de Janeiro indo residir no Morro do Querosene, no bairro do Rio Comprido.

Participou de vários programas de calouros, entre os quais “Pescando Estrelas” e “Trem da Alegria”, além de shows de Gomes Filho, da Rádio Guanabara. Por essa época também apresentou-se em diversos clubes do Rio de Janeiro, entre eles, Tijuca Tênis Clube, Ramos Tênis Clube e Grajaú Tênis Clube, sempre como cantor de bailes.
Atuou como cantor em conjuntos de baile e na noite, em bares e casas noturnas do estado do Rio de Janeiro, principalmente na cidade de Caxias, onde morou durante vários anos.

Em 1970 ingressou na Ala de Compositores da Imperatriz Leopoldinense. Faleceu aos 74 anos de idade, no dia 12 de novembro de 2013, vítima de um câncer gástrico, que o manteve internado no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro há cerca de um mês.

Teve gravado em 1968 pela cantora Christiane o samba “Pingo de felicidade”. No ano seguinte, integrou o grupo Lá Vai Samba, ao lado de Caboclinho e Rubens Confete. O Conjunto chegou a se apresentar em festivais da Rede Record e Globo, porém, não gravou nenhum disco.

Em 1974 Elizeth Cardoso incluiu duas composições de sua autoria: “Serenou” e “Pra quê, afinal?”, a última em parceria com Mauro Duarte, no LP “Mulata maior”. Neste mesmo ano, a mesma cantora, gravou o LP “Feito em casa”, no qual incluiu de sua autoria “Igual à flor”, em parceria com Neizinho.

No ano de 1976, sua composição “Minha verdade”, parceria com Dona Ivone Lara, foi gravada por Elizeth Cardoso.

Em 1979, Elizeth Cardoso, no LP “O inverno do meu tempo”, incluiu de sua autoria “Voltar”.

Gravou o primeiro LP em 1980, “Canto de um Povo“, produzido por Luís Roberto, do conjunto Os Cariocas. Neste disco incluiu vários de seus sucessos: “Acreditar”, “Alvorecer” e “Sonho meu”, as três em parceria com Dona Ivone Lara e ainda teve como convidado Noca da Portela nas faixas “Farinha pouca” (c/ Zé do Maranhão e Noca da Portela) e “Ausência”, em parceria com Barbosa da Silva e Noca da Portela. Ainda neste disco foram incluídas “Hora de ser criança” (Dedé da Portela e Dida), “Vai na paz” (c/ Dona Ivone Lara), “Testemunha de um povo” (Nilton Barros), “Rei por um dia” (Flávio Moreira), “Esperanças perdidas” (c/ Adeílton Alves), “Canto de amor” (c/ Barboza da Silva), “Perna de cera” (c/ Ari Araújo), “Dei meu braço” (c/ Everaldo da Viola) e ainda de sua autoria “Sombra”, “Serenou” e “Cartão de visita”.

Em 1996, gravou o CD “Afinal“, com produção musical de Afonso Machado, integrante do conjunto Galo Preto, e participação do saxofonista Raul Mascarenhas, no qual foram incluídas “Coisas da Mangueira” (c/ Cláudio Jorge), “Chorei, confesso” (c/ Dona Ivone Lara) e “Afinal”, em parceria com Ivor Lancellotti.
No ano 2000 gravou “Samba do coração”, parceria com Maurício Tapajós.

Em 2000, “A Lua e o Conhaque” teve incluída algumas composições de sua autoria em parceria com Dona Ivone Lara no disco “A música de Dona Ivone Lara”. Neste CD o pianista Leandro Braga revisitou a obra de Dona Ivone Lara, no qual incluiu várias parcerias de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, entre elas, “Sonho meu”, “Há música no ar” e  “Acreditar”.

No ano de 2003, no disco “Noca da Portela – 51 anos de samba”, foram incluídas “Vendaval” (c/ Noca da Portela) e “Ausência” (c/ Barbosa da Silva e Noca da Portela). Ainda em 2003, estreou o show “De samba e poesia”, no Teatro Rival Br, no Rio de Janeiro. Neste show, em comemoração aos 40 anos de carreira, feito em parceria com o poeta Mário Lago Filho, a dupla apresentou 14 composições, 12 das quais inéditas; “A voz que ficará” (uma homenagem a Mário Lago), “Arma da paixão”, “Cara ou coroa”, “Samariquinha”, “Estranho”, “Apertamento”, “Coisa feia”, “Samba do sétimo dia” e “Eu estou sofrendo”, todas parceria de Délcio Carvalho e Mário Lago Filho. Alcione, no disco “Alcione ao vivo 2”, regravou de sua autoria “Vendaval da vida” (c/ Noca da Portela). Apresentou, com o Grupo Dobrando a Esquina, show em homenagem a seu conterrâneo Wilson Batista, no bar Carioca da Gema, na Lapa, centro do Rio de Janeiro. Ao lado de Eliane Faria, Xangô da Mangueira, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Dalmo Castelo, Wilson Moreira, Nelosn Sargento, Nei Lopes e Áurea Martins, foi um dos convidados de Vó Maria para o show de lançamento do disco “Maxixe não é samba”, de Vó Maria, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Ainda em 2003 a cantora Vanessa da Mata incluiu em seu show a composição “Derramando lágrimas”, feita em parceria com Alvarenga. Neste memso ano, no CD “Um ser de luz – saudação à Clara Nunes” foi incluída de sua autoria “Alvorecer”, em parceria com Dona Ivone Lara, interpretada por Mônica Salmaso.

No ano de 2004 fez vários shows, entre eles, “Samba, choro e energia” na Lona Cultural João Bosco, apresentando-se acompanhado de um regional. Participou do show  “Samba de Panela especial – ao vivo”, de Telma Tavares, fechando o projeto “Cartão postal da MPB” do Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Do especial também participaram Sombrinha, Cláudio Jorge, Diogo Nogueira, Tonico Ferreira, Agrião, Wanderley Monteiro,Toque de Prima e Nosso Samba.
Em 2005 sua composição “Estava faltando você”, parceria com Wilson das Neves, deu título ao CD de Nilze Carvalho.

No ano de 2006 lançou o CD “Profissão compositor“, pelo Selo Olho do Tempo, no qual foram incluídas várias composições inéditas, entre as quais “Religião”, com Zé Kéti; “Nova era” e “Palavra amiga”, ambas com Dona Ivone Lara; “Vou sair daqui”, com Wilson das Neves, na qual contou com a participação do parceiro; “Que saudade é essa”, em parceria com Ivor Lancellotti; “Brasil nas veias”, letra do poeta Paulo César Feital, que participa da faixa; “Vendedor de ilusões”, em parceria com Lefê Almeida e Mário Lago Filho; “Marés”, letrada pelo poeta Sérgio Fonseca; “Dama da noite”, com Agenor de Oliveira; “Reesperança” (com Luizão Maia) e participação especial do baixista Arthur Maia e ainda as faixas “Arma da paixão” e “Sá Mariquinha”, ambas em parceria com o poeta Mário Lago Filho. O CD contou com vários músicos importantes, entre eles Rogério Souza (do Grupo Nó Em Pingo D’Água) responsável pelos arranjos e os violões de seis e sete cordas; Ronaldo do Bandolim (bandolim), Wanderley Martins (cavaquinho), Roberto Moura (trombone), Jorge Hélder (baixo), Naomi Kukamoto e Eduardo Neves (flautas), além de Wilson das Neves na bateria.  O disco foi lançado em show no Teatro Nelson Rodrigues e no Teatro Rival BR, nos quais também cantou clássicos de seu repertório, entre eles “Sonho meu”, “Acreditar”, “Alvorecer”, as três em parceria com Dona Ivone Lara e ainda “Vendaval da vida”, em parceria com Noca da Portela.

Em 2007 lançou o pacote “Delcio – Inédito e eterno“, com 40 faixas em três discos, produzido por Paulão Sete Cordas e Mariozinho Lago. Nos discos foram incluídas várias composições inéditas com Cacaso “Passa-passa”, Capiba “O amor que me encanta”, Dona Ivone Lara “Amor sem esperança”, Mário Lago Filho em “Samba do sétimo dia”, Wanderley Monteiro em “teatro da vida”, Cristóvão Bastos na faixa “Hora de chorar”, Monarco, Francis Hime, Nei Lopes, Afonso Machado e Wilson das Neves, entre outros. Os discos contaram com vários músicos, entre os quais Roberto Marques (trombone), Paulo César Galeto (percussão), Áurea Martins (voz), Mariana Bernardes, Rogério Caetano (violão), Paulão Sete Cordas (violão de sete), além do grupo Dobrando a Esquina.

Em 2012 participou da gravação do DVD “Casuarina – 10 anos de Lapa”, interpretando a música “Acreditar” (Délcio Carvalho e Ivone Lara), em show que contou com a participação de artistas que fizeram parte do cenário de revitalização do bairro da Lapa, como Eduardo Gallotti, Teresa Cristina, Moyseis Marques, Marcos Sacramento, Áurea Martins, Nilze Carvalho, Pedro Miranda, Zé Paulo Becker, Áurea Martins, Zé da Velha e Silvério Pontes, entre outros. Nesse mesmo ano participou do show realizado no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, para a gravação do CD “Homenagens Vol. 1”, da Velha Guarda da Mangueira. Interpretando, na ocasião, o pot-pourri “Quem samba fica/ Esta melodia/ Eu agora sou feliz” (Jamelão e Tião Motorista/ Bubú da Portela e Jamelão/ Jamelão e Mestre Gato). Apresentou-se, ao lado do grupo Galocantô, no projeto “Musicafinidades (Ecos de 22) – E tudo acaba em samba”, realizado pela Funarte na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, com o intuito de levar ao palco alguns dos artistas responsáveis pela revitalização do samba no bairro da Lapa carioca, mostrando a verdadeira identidade brasileira almejada pelos modernistas em 1922.
Tem parcerias inéditas e gravadas com o poeta Sérgio Fonseca, Agenor de Oliveira, Alvarenga, Mário Lago Filho, Marcelo Gonçalves, Zé Keti, Maurício Tapajós, Jorge Simas, Elton Medeiros, Noca da Portela, Carlos Cachaça, Toninho Nascimento, Nei Lopes, Ivor Lancellotti, Mauro Duarte, Adeílton Alves de Souza e Dona Ivone Lara, de quem é parceiro constante e compôs clássicos do samba, entre os quais “Sonho meu”.

Em 2013 lançou o CD “Dois Compassos”, em parceria com o violonista Marcelo Guima. O disco, viabilizado pelo projeto “Catarse”, incluiu 15 faixas, dentre as quais as inéditas “Vestido novo” (Marcelo Guima e Ronaldo Monteiro), “O amor da gente” (Marcelo Guima) e releituras de clássicos como “Sonho meu” (Delcio Carvalho e Dona Ivone Lara), “Minha verdade” (Delcio Carvalho e Dona Ivone Lara), “Velha cicatriz” (Delcio Carvalho e Ivor Lancelotti). Para a gravação do CD foram chamados músicos como Arthur Maia (baixo), Marcos Suzano (percussão), Toninho Ferragutti (acordeom), entre outros. A estreia do show “Dois Compassos” foi apresentada na capital San Salvador (El Salvador) a convite do Centro Cultural Brasil-El Salvador da Embaixada do Brasil. O show de lançamento do disco também foi realizado no Teatro de Arena da Caixa Cultural e no Studio RJ, no Rio de Janeiro. Apresentou-se na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro, em show de comemoração aos seus 55 anos de carreira, com participação da cantora Áurea Martins e da saxofonista Daniela Spielmann.

Suas composições foram gravadas por Maria Bethânia, Gal Costa, Nana Caymmi, Nara Leão, Clara Nunes, Marisa Gata Mansa, Elza Soares, Alcione, Beth Carvalho, Jair Rodrigues, Martinho da Vila, Maria Creuza, Originais do Samba, Elizeth Cardoso e Clementina de Jesus, entre outros importantes intérpretes da MPB.

Em 2014 foi lançado o CD póstumo “Lado D de Delcio Carvalho – Parcerias com Ivone Lara”, finalizado oito meses antes de seu falecimento. Com direção de Afonso Machado, o disco incluiu faixas como “Ainda baila no ar”, “Nasci pra sonhar e cantar” e “Canto do meu viver”, entre outras.

Site Oficial: http://www.delciocarvalho.com.br

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