Estanislau da Silva Leal nasceu em Circa 1910 Rio de Janeiro e faleceu em Circa 1990 Rio de Janeiro.

Teve sua primeira composição gravada em 1940, o samba ” Saudade da Bahia”, com M. Gonçalves, lançado na Columbia pela cantora Carmen Barbosa. Destacou-se como co-autor, parceria com Paquito e Arthur Villarinho, do clássico samba “O Trem Atrasou”, lançado em 1941, pela gravadora Victor, pelo cantor Roberto Paiva, que relatou ter encontrado este samba numa pilha de partituras rejeitadas pela gravadora. No mesmo ano, teve gravadas a marcha “Os Dois Errados”, com Nelson Trigueiro e Álvaro Alves, pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Curinga, pela Odeon, e pelo cantor Gilberto Alves, na Odeon, o samba ” Imperatriz”, parceria com Jaime Florence, o “Meira”. Em 1942, teve gravados os sambas “Deus Me Ajude”, com Alvaiade e Humberto de Carvalho, por Ataulfo Alves na Odeon; “É Natural”, com Augusto Garcez, por Roberto Paiva, na Victor; “Já Voltei Da Bahia”, com Henrique de Almeida, por Odete Amaral na Odeon; “Quem É Que Está Com A Razão”, com Djalma Esteves e Augusto Garcia, e “Regra Do Bom Viver”, com Humberto de Carvalho, lançados por Cyro Monteiro, na Victor, e “Quem Me Dera”, com Silvio Alves, por Gilberto Alves, na Odeon, além da marcha “Vingança Do Padeiro”, com Antenor Borges e Djalma Estevão, lançada por Arnaldo Amaral na  Columbia. Em 1943, pela Victor, Cyro Monteiro gravfou o samba “Saudade De Teresa”, com Humberto Siqueira, e Odete Amaral, pela  Odeon lançou o samba “Favela Morena”, com João Peres. Em  1944, teve o samba “Mariá”, com Hernâni Reis, gravado por Cyro Monteiro na Victor, enquanto o cantor Jorge Veiga, pela Continental, lançou o samba “Minha Patroa É Boa”, com Waldemar Silva. Em 1945, na Continental, o cantor Murilo Caldas registrou os sambas “Ai Meu São Jorge”, com Henrique de Almeida, e “Vamos Navegar”, com Arnô Canegal. Em 1946, o samba “Lá Vem Aquela Mulher”, com Raul Marques e Carlos de Souza, foi gravado na Continental pelo grupo Os Namorados da Lua, enquanto o cantor Gilberto Alves lançou pela Victor o samba “Minha Inspiração”, com Tito Ramos. No mesmo ano, o cantor Déo, conhecido como “O Ditador do Sucesso” gravou na Continental o samba “Teresinha”, com Mabial João Diniz, e Cyro Monteiro, na Victor, registrou o samba “Louco Por Mulher”, com Antenor Borges. Em 1948, o samba “Trem De Caxias”, com Antenor Borges, foi gravado por Roberto Silva no selo Star, enquanto Roberto Silva, na mesma gravadora, registrou o samba “Copo Com Água”, com Elpídio Viana. Em 1950, teve mais um samba gravado por Roberto Silva na Star: “Sou De Circo”, com J. Gomes. Em 1951, na Todamérica, teve o baião “Caminho Da Roça”, com Nelson Miranda, gravado por Nelson Miranda, que era ninguém menos que Nelson Cavaquinho. Em 1952, sua “Marcha Da Uva”, com César Siqueira, foi lançada na Todamérica pela cantora Marion. No mesmo ano, Orlando Correia gravou na Todamérica o samba “Se O Dinheiro Acabar”, com Grover Moretzsohn, e Ademilde Fonseca, na mesma gravadora, o samba “Sentenciado”, com Orlando Leite.  Em 1953, pela Sinter, o cantor Déo registrou o samba “Pedra No Meu Caminho”, com Raul Marques e Achiles Medeiros, e Raul Moreno, na Todamérica lançou o samba “Quem Boa Cama Faz”, com Raul Marques e Armando Gondar. No mesmo ano, Nuno Roland gravou na Todamérica o samba “Vem Amor”, com W. Moutinho e Elói Marques. Em 1954, teve gravados pela Todamérica o “Baião Em Caxias”, com Gerson Filho e Agnaldo Assis, pelo sanfoneiro Gerson Filho, o samba “Calvário De Paixão”, com Amado Régis, por Francisco Marchelli, e o baião “Forrobodó em Maceió”, com Raul Marques, por Carlos Galindo. Em 1955, “Minha Jura”, samba feito em parceria com Tufic Lauar, foi lançada pelo cantor Raul Moreno, aliás, nome verdadeiro do compositor Tufic Lauar, na Todamérica, e “Uisque De Pobre”, com Raul Marques e Heber Lobato, foi gravado na Continental por Ruy Rey. Neste ano, teve lançado por Roberto Silva, pela Copacabana, o seu segundo maior sucesso o samba-enredo “Tiradentes”, com Mano Décio da Viola e Penteado, que tornou-se um clássico do gênero, sendo também conhecido como “Exaltação à Tiradentes”, título com o qual recebeu várias gravações. Em 1956, o cantor Jamelão lançou pela Continental o samba “Dengosa”, com Raul Marques; Jorge Veiga lançou pela Copacabana o samba “Desumana”, com Raul Marques e Moeme Fernandes, enquanto Hélio Chaves, pela Mocambo, registrou o samba “Desengano”, com Raul Marques e S. Nunes. No mesmo ano, Carlos Galhardo gravou na RCA Victor as marchas “O Tempo Bom”, com José Batista e Raul Marques, e “Olha a Água”, com Gil Lima, e Monsueto, pela Mocambo, o samba “Nega Pompéia”, com Ferreira Gomes. Em 1957, pela Copacabana, o cantor Monsueto gravou o samba “Bola Branca”, com Otávio Lima e Antônio Guedes, e Vera Lúcia registrou a  marcha “Olha o Jacaré”, com Gil Lima. No mesmo ano, fez sucesso no carnaval com a marcha “Grilo Seresteiro”, com Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti, gravada por Nelson Gonçalves pela RCA Victor. Ainda do mesmo ano é a gravação da marcha “Meu Tempo de Soldado”, com Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti, na voz do radialista César de Alencar, pela RCA Victor. Foram realizadas também nesse ano duas gravações do samba-enredo “Tiradentes”, do Quarteto Excelsior / Zaccarias, para o LP “Coquetel Dançante Nº 1 – Zaccarias e Quarteto Excelsior”, da RCA Victor, e de Zezinho e Os Copacabana para o LP “Mesa de pista – Zezinho e Os Copacabana”, da Odeon. Em 1958, na RCA Victor, Carlos Galhardo registrou a marcha “Colherinha de Chá”, com Américo Seixas. Ainda em 1958, o samba “O trem atrasou” recebeu três gravações diferentes: de Dilermando Pinheiro, na Polydor, de Altamiro Carrilho no LP “Altamiro Carrilho e sua bandinha na TV – Nº 2”, da Copacabana, e  do LP “Para sua festa – Sylvio Viana e Seu Conjunto de Danças”, lançado na Copacabana por Silvio Viana. Em 1960, o samba “Tiradentes”, com Mano Décio da Viola e Penteado, foi gravado por  Risadinha para o LP “De Cabral a Brasília” lançado por ele na Continental, e o samba “O Trem Atrasou” fez parte do LP “Teleco teco em cordas – Orquestra Romântica de Severino Araújo”, da gravadora Continental. Nesse ano, sua “Marcha da Laranja”, com Antônio Cyrino e Hilton de Oliveira, foi gravada por Nuno Roland num disco 78 rpm para o selo Carroussell, sendo ainda, no ano seguinte incluída na coletânea carnavalesca “Carnaval Carrousell”, do selo Carroussell, além de receber registro do intrumentista Scarambone no LP “Fim de festa em HI-FI – Conjunto de Vadinho-Scarambone”, também do selo Carroussell. Ainda em 1960, o “Samba do Lê Lê Lê”, com Noel Rosa de Oliveira e William Duba, na interpretação de Blecaute, fez parte da coletânea “Guanabara capital do carnaval”, da gravadora Polydor. Em 1962, seu samba “Água e Azeite”, com Monsueto, foi gravado por Monsueto para o LP “Mora na filosofia dos sambas de Monsueto”, da Odeon. Em 1963, o samba “A Invernada”, com Raul Marques e Aidran Carvalho, foi gravado por Moreira da Silva no LP “Carnaval 1964”, da Odeon. Também em 1963, o cantor Roberto Silva, em seu LP “O samba é Roberto Silva Nº 2”, da gravadora Copacabana registrou o samba “Manduca”, com Antônio Costa “Pará”. Em 1964, o samba “Tô a Perigo”, com Noel Rosa de Oliveira e José Batista, foi gravado por Blecaute no LP “O grande carnaval de 65”, da gravadora Philips.  Em 1965, teve o samba “Companheiro”, com Rosa de Oliveira, na interpretação de Blecaute fez parte da coletânea “O Fino da folia! – 1966”, da gravadora Philips com diferentes artistas. Ainda neste ano, o samba “Trem Atrasou” recebeu três gravações diferentes: de Nara Leão para o LP “5 Na bossa – Nara Leão, Edu Lobo e Tamba Trio”, lançado pela Philips em gravação feita ao vivo no Teatro Paramount – São Paulo, de Dilermando Pinheiro para o LP “A Turma da Velha Guarda Nº 2”, do selo Fantasia/Philips, e da Lyra de Xopotó para o LP “Carnaval Antigo… Carnaval de sempre”, da gravadora Philips. Também em 1965, o samba-enredo “Tiradentes” fez parte da trilha sonora do musical de Carlos Machado, apresentado no Golden Room do Copacabana Palace – Rio de Janeiro “Rio de 400 janeiros” lançada em LP da gravadora Elenco com a orquestra do maestro Lindolfo Gaya. Em 1966, o samba “O Trem Atrasou” foi gravado por Gilberto Alves no LP “É só… Samba”, da Copacabana.  Em 1967, o samba “Aquele Meu Lugar”, com Raul Marques e Monsueto, foi gravado por Ângela Maria para o LP “O samba vem lá de cima” lançado por ela na gravadora Copacabana. Em 1968, “O Trem Atrasou” foi gravado por Elza Soares em compacto duplo pela Odeon. No mesmo ano, o samba-enredo “Tiradentes” foi gravado pelo cantor Zezinho, com acompanhamento de Quincas e Os Copacabanas, para o LP “Pequena História do Samba” lançado pelo Museu da Imagem e do Som, produzido por R. Cravo Albin. Em 1969, o samba “Saudade De Teresa”, com Humberto Siqueira, foi gravado por Cyro Monteiro no LP “O cantor das mil e uma fãs”, da RCA Camden. Em 1974, o samba  “Exaltação a Tiradentes” teve duas gravações diferentes, a de Mano Décio da Viola para o LP “Capítulo maior da História do samba”, da Tapecar, e a de Jorge Goulart, para o LP “Os melhores sambas-enredo – Jorge Goulart e Coral Som Livre”, da gravadora Som Livre, sendo gravado em 1975, pela cantora Maria Creuza para o LP “Maria Creuza e os grandes mestres do samba”, da RCA Victor. Também em 1975, o samba “O Trem Atrasou” foi gravado duas vezes: por Joyce Moreno para o LP “Passarinho urbano” do selo Cetra, da Itália, e pelo grupo Demônios da Garoa para o LP “Samba do Metrô”, da Alvorada/Chantecler. Teve mais de 50 composições gravadas, a maioria sambas embora também tivesse algumas marchas carnavalescas. Foi parceiro de nomes como Henrique de Almeida, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa de Oliveira, Paquito, Raul Marques, Monsueto e Amado Régis, entre outros. Suas composições foram gravadas por nomes como Maria Creuza, Elis Regina, Elza Soares, Demônios da Garoa, Roberto Silva, Angela Maria, Jorge Goulart, Nara Leão e Gilberto Alves, entre outros. Embora co-autor de dois sambas clássicos, “O trem atrasou” e “Tiradentes”, seu nome é quase desconhecido na História da música popular.

Estanislau da Silva Leal
Circa 1910 Rio de Janeiro
Circa 1990 Rio de Janeiro

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