Famoso em Osvaldo Cruz e Madureira na década de 20, o bloco “Quem Fala de Nós Come Môsca” teria sido fundado por Dona Esther e o marido Euzébio Rosa, em 1921, como afirma a historiografia atual. A dupla era porta-estandarte e mestre-sala do cordão “Estrela Solitária”. Ambos deixaram o cordão para fundar o bloco.
Nessa época, os futuros fundadores da Portela, Antonio Caetano, Antonio Rufino dos Reis e Paulo Bejnamin de Oliveira, resolveram criar um bloco para rivalizar com o “Quem Fala de Nós Come Môsca”. Assim nasceu o bloco “Baianinhas de Oswaldo Cruz”.
No entanto, um desentendimento afastou Paulo, Caetano e Rufino do “Baianinhas”. Assim, os três fundaram o “Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz”. Esse agrupamento usava a licença do “Quem Fala de Nós Come Môsca” para desfilar.
Dessa forma, o “Baianinhas de Oswaldo Cruz” e o “Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz” foram influenciados pelo “Quem Fala de Nós Come Môsca”.
Ao buscar mais informações sobre o “Quem Fala de Nós Come Môsca”, encontrei a nota de fundação do bloco na imprensa da época. Causou-me surpresa ao saber que a fundação do “Quem fala de Nós Come Môsca” não foi na Rua Joaquim Teixeira, em 1921, como afirma a historiografia corrente, mas em 13 de fevereiro de 1920, na Rua Adelaide Badajós 36. O fato foi publicado pela Gazeta de Notícias. Não se trata de um outro bloco com o mesmo nome porque o nome do marido de Dona Esther, E. Rosa (Euzébio Rosa), aparece na nota como diretor carnavalesco.
O fato pode ser conferido na cópia do jornal abaixo, mudando assim a historiografia atual da Escola.
Fonte: Portela Cultural
Por Marcello Sudoh – Presidente do Consuladoda Portela no Japão