Estandarte de Ouro é o mais antigo e importante prêmio extraoficial do carnaval do Rio de Janeiro, sendo conhecido como “Óscar do samba” ou “Óscar do carnaval”, numa referência ao Prêmio Óscar. Foi criado em janeiro de 1972, numa conversa de bar entre funcionários do Jornal O Globo, dentre eles, os jornalistas Heitor Quartin, Henrique Caban, Roberto Paulino, e o gerente de promoções Péricles de Barros. O prêmio é organizado e oferecido pelo Jornal O Globo à personalidades e segmentos que se destacaram nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
A primeira edição ocorreu no carnaval de 1972, sendo entregues prêmios em dez categorias. Ao longo dos anos, novas categorias foram criadas, enquanto outras foram extintas. Desde 2014 são entregues quinze prêmios ao Grupo Especial (a primeira divisão do carnaval carioca) e dois prêmios à Série A (a segunda divisão). A premiação é dividida em categorias individuais (como melhor mestre-sala, melhor porta-bandeira, entre outras) e categorias coletivas (melhor samba-enredo, melhor bateria, entre outras). O Estandarte de melhor escola é considerado o prêmio principal. Um júri formado por jornalistas e artistas ligados à música e às artes assistem aos desfiles em um camarote reservado no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e, após a última apresentação, se reúnem, em um debate, para eleger os premiados em cada categoria. O resultado é divulgado ao final da reunião, na terça-feira de carnaval, pouco depois do último desfile. Cerca de uma semana após o desfile das campeãs, é organizada uma festa para a entrega dos troféus aos vencedores.
Estação Primeira de Mangueira é a maior vencedora da categoria principal, de melhor escola, com oito Estandartes. No ranking geral, somando todas as categorias, a Mangueira também é a maior vencedora da premiação, seguida pelo Salgueiro. Entre as personalidades mais premiadas estão os carnavalescos Renato Lage, Rosa Magalhães e Joãosinho Trinta; os compositores Aluízio Machado, Arlindo Cruz e Martinho da Vila; os intérpretes Jamelão, Neguinho da Beija-Flor e Nêgo; os diretores de bateria Mestre Louro e Mestre Átila; os coreógrafos Fabio de Mello e Carlinhos de Jesus; as porta-bandeiras Selminha Sorriso, Neide da Mangueira, Rita Freitas e Vilma Nascimento; e os mestres-sala Claudinho, Élcio PV e Ronaldinho. Dentre os sambas-enredo premiados pelo Estandarte, estão “Bumbum Paticumbum Prugurundum” (1982) do Império Serrano, “Kizomba, a festa da raça” (1988) da Unidos de Vila Isabel, “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós!” (1989) da Imperatriz Leopoldinense e “Aquarela Brasileira” (1964/2004) do Império Serrano.
Ao longo dos anos, o Estandarte de Ouro se tornou uma “via alternativa” ao resultado do concurso oficial. Por vezes, o resultado do Estandarte difere do resultado do carnaval, visto que a escolha dos premiados se dá através de um consenso, diferente do resultado do concurso oficial, obtido através de um somatório de notas. Desprezando o sentido técnico das apresentações, o Estandarte já premiou desfiles problemáticos como “Deu a louca no barroco” da Mangueira (8.º lugar no carnaval de 1990) e desfiles considerados “injustiçados” pelo concurso oficial como “Ratos e urubus, larguem minhas fantasias” da Beija-Flor (Vice-campeã em 1989).